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À ESPERA
casa das artes
3 anos 1 mês

O PUTIN que pariu isto tudo!

Acabo de chegar da Ucrânia até porque quero estar na próxima assembleia municipal, e aproveitei para voar nos céus junto à fronteira que isto não pode ser exclusivo da CNN ou da TSF agora reconhecida estação de serviço público cá na terra. Uma nação independente acaba de saber que “não tem razão para existir” e que a sua existência se deve “a erros históricos dos (meus) antecessores” – diz a Autoridade de Moscovo.

O Putin – filho da KGB, polícia política do regime, até vai agora “ajudar o povo” com uma “força de paz”. Esse mesmo “povo” implora a sua visita e ele, solidário, coloca lá militares e armamento para garantir a “independência” através do seu “reconhecimento de Estado”. O mundo não concorda com Putin, mas isso não interessa. A coisa avança.

Um estado democrático, com as instituições a funcionar e uma economia em crescimento constitui um “mau exemplo” para Putin que não quer ver a grande Rússia contaminada com o “vírus” democrático – essa coisa esquisita de prestar contas, explicar as decisões e, sobretudo, submeter-se a eleições livres de modo que os eleitores possam votar e mesmo dele discordar.

A Mosca também lê os nossos jornais e ainda não encontrou nenhuma linha a referir este ódio à democracia e independência do Estado da Ucrânia, ela que durante anos partilhou os seus receios do antidemocrata e populista Trump – esse sim, precisava de ser banido.

Quer Putin quer Trump têm uma visão muito particular da coisa pública, da democracia e do estado de direito. Os dois têm seguidores nos mais variados areópagos políticos. Quando confrontados com visões contrárias às suas definem os mensageiros como “perigosos adversários políticos”, “demagogos” e “populistas” , esses mafarricos que questionam a “verdade” oficial e sobretudo conveniente.

E NA NOSSA TERRA

Chegada desta longa viagem acabei por passar os olhos nos jornais onde encontrei coisa pouca sobre o que está a acontecer, e alguma coisa sobre o que pode vir aí – isto é promessas para o futuro, no sentido de manter viva a ânsia eleitoral que não termina.

Anuncia-se assim para Freamunde um edifício para gente pobre à espera de uma renda acessível e que ficará no alinhamento do já pobre bairro do Outeiro. Atento aos “mais necessitados” vai o executivo “promover a habitação” destas pessoas e famílias – aquelas cujo IRS justifique a sua escolha para lhes ser entregue a chave de um apartamento.

Sendo um investimento do Estado promovido pela Câmara que cede o terreno, acolherá candidaturas de todo o concelho o que pode resultar no crescimento da população da freguesia enriquecida pelo contributo de pessoas vindas doutras localidades.

Ao mesmo tempo cresce em abundância o mercado imobiliário na sede administrativa, mas aí não há IRHU que valha. Só disponível para pessoas com capacidade económica para se submeterem às regras dos bancos que as penhorarão pelo menos por trinta anos.

O que a Mosca está a ver, já se adivinha: um concelho urbano de duas cidades feito, com imigração interna de sentido definido – quem tem dinheiro vai para a cidade de Paços, quem pouco tem vai para a cidade de Freamunde. Na prática é uma solução a duas velocidades, numa corrida que não se sabe bem como acaba mas com uma meta onde a “igualdade de oportunidades” – princípio moral do socialismo mor – se condiciona por decreto.

Dizem os antigos, que este novo “empreendimento” se vai situar num dos lugares previstos para a realização da feira de Freamunde, nos últimos anos sempre a mudar de sítio – aquilo que fazemos na nossa sala de arrumos quando não gostamos da coisa mas sem coragem para a aniquilar.

É evidente que a Autoridade tem solução para o lugar da feira. Por isso não se devem os freamundenses preocupar e manter-se calmos como é conveniente. Em momento oportuno a solução será anunciada, eventualmente numa Assembleia Municipal. E tudo indica que será um anúncio retumbante, esperando-se apenas a escolha do melhor momento político para o anúncio.

Seja como for, nos rascunhos da Autoridade há um estudo, complexo mas estruturante, que galvanizará  o concelho para novos horizontes nunca sonhados – O lançamento de uma OPA – Oferta Pública de Aquisição – à freguesia de Figueiras, no concelho de Lousada, para aí instalar a feira de Freamunde, aumentar o território e população, até para poder pagar o resgaste da água.


 

Eu vejo, eu cheiro, eu sou mosca. E por isso vou andando por aí e disso darei notícias se me permitirem.