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Rodela – os discursos e os poemas do poeta do céu azul

100 Rodelas de Poesia – o novo livro de António Taipa foi apresentada a 7 de Maio na Casa da Cultura em Freamunde numa cerimónia solene e emotiva de agradecimento de muitos admiradores da obra do nosso poeta popular.

Os discursos

 José Carneiro Alves

Foi bom rever José Carneiro Alves, no meio da nossa gente, e ouvi-lo a dizer poemas do nosso Rodela:

Os poemas

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O nosso Rodela

O nosso Rodela, nasceu em Freamunde, num país a preto e branco e partilhou o pão e a sardinha na mesa com a família que o pôs no mundo, lhe ensinou a falar e a escrever. Com os colegas dos bancos do jardim da vila aprendeu a viver em grupo e a dizer-lhes que viviam no centro da terra, pois só Freamunde interessa.

Naquele interesse que a todos agrega desde que seja para celebrar o céu azul e a distinguir o que realmente vale a pena: o gosto de pertencer à nossa terra e defendê-la não interessando o custo que isso obriga.

O nosso poeta não se conforma no conforto da intimidade, mas inscreve e escreve para os conterrâneos a sua visão do mundo que vê carregado de injustiça por desigual e macabro.

Combate o bom combate em verso, no labirinto das quadras que lhe brotam numa velocidade superior à capacidade de falar. O pensamento anda à velocidade da luz e as palavras precisam de ser buscadas para desenhar o que sente.

Na escrita, uma constante: Freamunde, a injustiça que o incomoda, a indiferença dos poderosos e o desdém dos “amarelos”, símbolo de uma revolta que não sendo dirigida a ninguém em particular manifesta o desgosto de viver num concelho onde os seus administradores esquecem a terra que o abençoou e o há de comer.

Fiel ao seu destino, traça na escrita os caminhos que é preciso percorrer, para que a sua e a nossa vida faça sentido.

Por isso acredita na transformação e assim é comunista: ele entende que a pobreza não é crime e muito menos o destino de ninguém; e diz que todos, por serem iguais, merecem a felicidade nos dias que correm. E que Freamunde tem direito à felicidade.

Obrigado Rodela, meu amigo António Taipa


Por Arnaldo Meireles