As obras de “santa Engrácia”, depois de planeadas, são lançadas mais ou menos com a precisão dos ataques russos – lá vai ela e depois logo se vê. E se protestos houver, notícias deles são “fake news”. O progresso é inabalável e se prejuízos acontecerem serão considerados “efeitos colaterais” de opções imprevisíveis, não provocadas intencionalmente.
Mas os peões? senhor? Porquê?
Assim acontece na nossa terra. Obra em frente, para fazer de novo a estrada existente, e desfaçam-se os passeios, logo os dois pois se vê, e siga a rusga.
Essa “estória” dos peões não perceberem, e por isso protestarem, apenas se deve à incapacidade de entenderem que o progresso tem custos. Além disso, deveriam os protestantes saber ler! Isso mesmo, não conseguirão ler a palavra “DESVIO”?
Enquanto a Autoridade segue a sua estratégia de apagamento da memória do concelho “rural” e “atrasado”, – esses tipos do PSD não percebem nada disto – humildemente falamos com a calcorreante, num diálogo que se segue:
. Então a pé?
. Pois, o senhor também porque vejo, mas que é que quer? Sou bem casada, ouviu?
. Oh minha querida senhora, desculpe; longe de mim incomodá-la, só queria fazer-lhe uma pergunta?
. A esta hora, vou mas é pra casa que tenho muito que lá fazer!
. Mas desculpe, sou jornalista e apenas queria saber porque veio por aqui se ali atrás tinha a placa de desvio?
. Olhe lá, mas acha que sou um carro? Que posso comprar gasolina ao preço que está? Não me goze que em casa já tenho muito disso!
. Desculpe, sei que tem pressa; há quanto tempo faz este caminho?
. Os meus pais já o faziam, eu também o faço há anos, porquê?
. Por que acha que a Câmara decidiu fazer esta estrada de novo?
. Desculpe, mas eu não presto declarações à Comunicação Social!
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Eu vejo, eu cheiro, eu sou mosca. E por isso vou andando por aí e disso darei notícias se me permitirem.
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