Nunca fomos catequizados, fizemos foi as Sebastianas.
Somos filhos do Sol, mãe dos viventes, encantados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia dos imigrados da saudade, pelos traficados e pelos turistas – estamos numa terra de lacraus grandes.
Foi porque nunca tivemos gramáticas nem colecções de velhos vegetais; e nunca soubemos o que era urbano, suburbano ou fronteiriço – uma consciência participante num ritmo de pertença colectiva.
Aqui o que atropela a verdade é a roupa, o impermeável entre o mundo do poder e de quem obedece – toleramos o perfume do homem vestido de poder.
Contra todos os importadores de consciência enlatada, mostramos a existência palpável da vida.
Contra os ordenantes – autores de vários empenhos – para ganharem comissão.
O espírito recusa-se a conceber a alma sem corpo, na luta contra inquisições exteriores.
Contra as elites vegetais proclamamos o cheiro da terra.
Dispensamos o “pater famílias” e a criação da moral da cegonha, essa ignorância real das coisas, cheia de falta de imaginação, sentimento de autoridade, arte e estupefação curiosa.
Somos concretistas, as ideias tomam conta do tempo, reagem e procuram a gente na praça.
Suprimamos as paralisias que nos sufocam.
Acreditemos nos sinais.
Acreditemos nos instrumentos, ao dispor, e nas suas estrelas.
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Rádio Freamunde
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NOTA- 1836 dia 6 de Novembro, data da integração de Freamunde no concelho de Paços de Ferreira. (Este é um texto provisório, em desenvolvimento)