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A história da época do SCFreamunde na Elite

A época dos Capões terminou no passado domingo com uma vitória por 2-1 no terreno do Maia Lidador, que assegurou o 3ºlugar no Apuramento de Campeão na Divisão de Elite Pro-Nacional da AF Porto.

O SCF cedo na época, em julho, apresentou nas suas redes sociais o “homem do leme”, Pedro Machado, treinador português de 37 anos, que começou a sua carreira na formação do clube e, de seguida fez muita da sua carreira ao lado de Carlos Pinto, inclusive no Freamunde. Para a sua primeira experiência a solo, Pedro Machado trouxe Marco Louçano, treinador português de 42 anos, que também esteve ao lado de Carlos Pinto grande parte da sua carreira e, por fim, Pedro Neto como preparador físico. Para além de uma equipa técnica renovada foram contratados Huguinho, Joel Moura, Branco, Pedrinho e Ricardo Mendes. No meio destas “mexidas” todas, manteve-se Carlos Martins como diretor desportivo e praticamente todos os nomes fortes da época 2020/2021 como Paulo Monteiro, Gúzman, Moreira, entre outros. 

O campeonato iria ter uma estrutura diferente. As 40 equipas foram divididas em quatro séries de dez equipas em que os dois primeiros classificados de cada série iriam disputar o Apuramento de Campeão e, os restantes de cada série iriam disputar um campeonato entre si para não descer de divisão. 

O Freamunde começou a época em Eiriz, com uma vitória suada ao cair do pano mas, daí arrancou para uma primeira volta de campeão. Em 9 jogos da primeira volta, foram 8 vitórias e 1 empate, algo muito difícil de se conseguir. Na segunda volta vieram as derrotas. O Freamunde começou a ter alguma queda exibicional que se explica por ser muito difícil manter aquele nível da primeira volta e, também, pelas dificuldades relacionadas com casos de covid e jogadores lesionados, que fez com que se tivesse de ir para jogos com 14 jogadores, por exemplo. Ainda assim, foi uma primeira fase excelente em que se conseguiu o objetivo da época, ficar em segundo lugar e atingir o Apuramento de Campeão para garantir a manutenção. Nesta primeira fase, os rapazes de azul e branco tinham 18 jogos realizados, 3 derrotas, 3 empates e 12 vitórias com 34 golos marcados e 9 golos sofridos (sendo a melhor defesa da divisão). Esta equipa dos Capões fazia lembrar o Sporting de Amorim, principalmente na primeira volta, jogavam bom futebol, sendo muito eficazes e tendo uma coesão defensiva impressionante muito devido ao 5-3-2 imposto por Pedro Machado. 

Os rapazes de azul e branco cumpriram o objetivo da época, chegar ao Apuramento de Campeão mas, com a qualidade da equipa sonhava-se com algo mais que estava ao alcance, a subida de divisão. O pensamento do clube foi mais ou menos o seguinte, e a meu ver correto, “Já que chegamos aqui vamos tentar fazer o melhor se conseguirmos subir de divisão conseguimos, se não conseguirmos já garantimos o objetivo principal.” Com isto, foram contratados Jorginho, Sousa, Miguel Pacheco e Fonseca jogadores mais experientes que poderiam ajudar a muita juventude do plantel mas, que não conseguiram ser mais-valias devido a lesões e a opções dos treinadores. 

Os primeiros 5 jogos do Apuramento de Campeão foram relativamente bons, e colocavam o Freamunde na luta com 2 vitórias e 3 empates mas, ao sexto jogo dá-se pra mim um dos pontos cruciais da época, a derrota em Rebordosa por 3-0. A partir daí, a equipa ficou abalada animicamente e nunca mais foi a mesma. Para além disso, ao sétimo jogo, vem o empate com o Maia Lidador em casa (equipa que esteve reduzida a 10 praticamente o jogo todo), que levou a um eventual desentendimento e saída de Pedro Machado e da sua equipa técnica do Freamunde. Depois desse jogo em Rebordosa, tanto com Pedro Machado como com Carlos Costa e Carlos Martins (treinadores que assumiram o Freamunde até ao fim da época) houveram problemas no jogo da equipa: na defesa, que era um dos pontos fortes da equipa, agora estavam a ser cometidos alguns erros; no ataque, uma dificuldade em fazer golos enorme, eram criadas oportunidades e não havia golos, as bolas não entravam; e, por fim, notava-se falta de confiança e alguma descida de rendimento de alguns jogadores. Isto tudo levou ao terceiro lugar, que não é mau, pois foi garantido o objetivo principal, mas, poderia ter sido algo mais. No Apuramento de Campeão, foram 14 jogos, 5 vitórias, 6 empates e 3 derrotas, com 12 golos marcados e 13 golos sofridos (mais 4 golos sofridos que na primeira fase em menos jogos).

Para além do campeonato houve a Taça da AF Porto, em que o Freamunde foi eliminado na segunda eliminatória pelo Castêlo da Maia em grandes penalidades. A meu ver, poderia se ter pensado de maneira diferente em relação a esta competição. Quando os capões vão disputar a segunda eliminatória, a equipa foi rodada no terreno do Castêlo da Maia e acabou eliminada. Nessa fase, o Freamunde estava a 5 pontos do primeiro classificado, sendo difícil a subida mas, não impossível. Estando o Freamunde nesta competição, por que não fazer a rotatividade ao contrário, rodar no Apuramento de Campeão e ter jogadores frescos para a Taça? Por que não tentar vencer a competição? 

Para a próxima época o SCF tem uma estrutura diferente na SAD que poderá influenciar os resultados futuros. A época do Freamunde foi, no geral, positiva, cumpriu-se o objetivo principal mas, ficou o amargo de boca de que poderia ter havida algo mais. Eu questiono-me sem aquele jogo de Rebordosa o que poderia ter acontecido.

David Carvalho

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