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À ESPERA
casa das artes
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♪♪ pum, pum, tara, rá, pum, tá – ai Freamunde

Esta é um crónica com inserções musicais e pede ao leitor disponibilidade para ouvir e entrar na dança que se promove a partir da rotunda da sede administrativa, avisando-se que pode sair da roda a todo o momento.

Os executantes estão frescos e motivados para as festividades programadas para mais mil dias, embora a pautas sejam antigas. Seja como for o perfume da festa a todos inebria e, alinhados, promovem ensaios diários de preparação dos eventos e de vez em quando reúnem em Assembleia para proclamarem os sucessos, absolutamente impossíveis de alcançar por outros, não fossem eles os homens da farda.

♪Pum-pum-tra-tra-tá-pum-pum

Comandados pelo maestro e futuro-ex-presidente-de-plenos poderes, obedecem aos movimentos serenos da pauta, cabendo a todos a interpretação das subtilezas da decisão agora que se conhece a harmonia estabelecida e o timbre solene de quem tem confiança no futuro (em construção).

É certo que se conhece uma teimosa obsessão da banda dos coletes laranja, embora a desafinação seja coisa pouca, dado que quer na harmonia e no timbre a coisa rola, motivados que estão com o progresso e sucesso da festa, não venham, mais tarde, ser incomodados com novatos festeiros que assistem ao concerto na parte baixa do coreto.

♪pum-pum – Não entre agora, está fora de tempo

Vem isto a propósito da Assembleia do dia 12, onde o público – para quem devia ser a festa – substituiu os músicos, dada a indisponibilidade dos executantes oficiais em tocarem a marcha prometida: o Centro Cultural de Freamunde. E assim, com respeito e humildade, Fernando Matos, laranja azulado, e Paulo Carvalho, vermelho cor do céu, entoaram um salmo (que não foi responsorial) perguntando pelo Centro uma vez que não o encontraram no Orçamento da festa para o ano de 2022, eles que estavam confiantes que “as promessas são para cumprir”.

♪Tara-lá-pum-ta-fi-fi-olé!

O futuro-ex-presidente-de-plenos-poderes lá respondeu que devem questionar o presidente da Junta…..reenviando-os para Freamunde! Mas que raio de abuso de confiança esse de dois freamundenses questionarem o futuro-ex-presidente? e em casa dele!

Razões para alarme não vê, até porque saída do FAM está a orquestra dotada de capacidade financeira para executar a obra em Freamunde, desde que haja calma, caldos de galinha e, sobretudo, silêncio. É que nesta coisa da música, o entendimento e harmonia são fundamentais, e devem sobretudo ter em conta que no tempo as contrariedades da vida são abundantes.

♪Fi-fi-olé-pum-pum

Ainda o povo, de voz emocionada, não tinha tragado a resposta e encontrou fôlego para mais uma entrada em Bemol (isto é, com o benefício da dúvida uma vez que é a primeira vez que questionam o Maestro). Quiseram  saber os mesmos freamundenses por que motivo o SCFreamunde continua a ser abandonado por quem aplica a massa embora obra se não veja.

O piso sintético prometido e com máquinas a alto vapor ali colocadas para operações de limpeza para eleitor ver, afinal, estão ali paradas, o terreno (municipal) abandonado e “sintético” nem vê-lo!

♪Pum-pum – Não entre agora, estás fora de tempo! Carago.

Também conseguiram perguntar pela pista de atletismo contruída no estádio do SCF mas não terminada e que seria útil para o desenvolvimento da actividade, promovendo a recém criada secção que tem levado o nome da terra por esse país fora. Pergunta mais que justificada, (colocada em sustenido) dado o conhecimento público de alterações em registo de propriedade em velocidade furiosa no reino de Carvalhosa.

Queriam o esclarecimento que os pacificasse, sobretudo depois de se conhecerem fotos-projecto realizada na sede da coisa onde se apresenta o novo estádio da terra dos melões, com um relvado abraçado por (isso mesmo) uma pista de atletismo. Os oradores viram nisto uma “ultrapassagem” legal porque pela esquerda, mas inesperada porque não prevista em programa eleitoral do futuro-ex-presidente-de-plenos-poderes.

Neste capítulo o futuro-ex-presidente aconselha que os mesmos interrogadores perguntem ao presidente da clube que “ele sabe”! pois na sua douta sabedoria e educação “acha, que as associações devem ser respeitadas”

♪tim-tim-pum-tim-pum-tá

Esta assembleia em concerto teve a prestimosa colaboração do politburo laranja que a propósito dos assuntos tratados se remeteu a um silêncio sepulcral, aquele silêncio de autênticos melómanos que não toleram nenhuma desafinação e muito menos incómodos do público, – esses incultos que de “música não percebem nada”. E franziu o sobrolho, com olhadelas para as costas, quando ouviram, nos interessados ouvidos, a desafinação de Fernando Matos.

Com 125 militantes e um deles já desafina! Que aborrecimento. E que incómodo: e se alguém nos pergunta se estamos de acordo com ele? Uma chatice que teremos de avaliar no politburo da Rotunda, uma vez que a mancha urbana do concelho avança e disso também nós temos de tratar. E essa coisa de tomar posição sobre Freamunde. Arre-pum-pum

♪Pum-pum – Porra, já te disse que não entras agora!

Depois de um concerto destes, com falta de entradas a tempo – O Centro Cultural esquecido no orçamento – saltos na pauta – bloqueio do sintético, hoje um futurível amarelo (cor da retroescavadora lá colocada – paga aluguer?), precisam os freamundenses de avaliar se valeu a pena dar o seu entusiasmo para este tipo de concerto ou se isto irá lá com simples afinação, com registo e melhoria de tempos de entrada.

Na terra dos cépticos, verificamos a teimosia próprias dos velhos, sempre agarrados às memórias que lhe deram identidade. Na sede administrativa aprofunda-se o consenso entre os naipes da banda – e neste momento só há dois- onde a pauta de Freamunde continua no fundo da arca. Compete aos freamundenses definir a música que querem dançar, com vontade de entrarem na roda que a todos convoca. Novas melodias para novos horizontes que só aqui interessam desde que olhemos para ele satisfeitos com a terra que temos. E somos!

NB: no fim do concerto o maestro dirigiu-se, em surdina mas em sustenido, ao putativo músico desafinado e voltou a lembrar: Já te disse que só entras quando eu mandar, Percebido?