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PS – Eles comem tudo e não deixam nada

 

 

Pela segunda vez, na história da democracia, o Partido Socialista venceu as legislativas no nosso concelho, infligindo uma derrota ao PSD que perdeu espaço para o Chega, Iniciativa Liberal e CDS. Uma eventual coligação que agregasse PSD, IL e CDS daria maioria absoluta a estes partidos em Paços de Ferreira que, neste momento se desenha politicamente em duas cores.

Uma noite épica para o Partido Socialista e para o actual primeiro-ministro que se vê relegitimado para mais quatro anos, com a vantagem da liberdade de governar sem o garrote do presidente da República que ainda em meados de 2021 colocou na imprensa a “informação” que o ciclo político de Costa terminaria em 2023.

Um descalabro total para BE, PEV, PCP e CDS – os partidos de esquerda provaram o sabor do poder na Geringonça oferecida pelo PS que acabou no veneno final que os reduziu no Parlamento e o CDS deixa a Assembleia por não ter eleito nenhum deputado.

Noite de glória para Chega e Iniciativa Liberal e também Livre – os partidos à direita confirmaram a tendência de subida conquistando votos no eleitorado tradicional da direita mas também conseguindo eleitores que habitualmente votavam na CDU (foram para o Chega) e no BE (foram para a iniciativa Liberal. O Livre elegeu um deputado, sendo o primeiro partido de extrema-esquerda que nasceu depois do 25 de Abril de 1974, a marcar presença pela segunda vez no Parlamento.

O DESCALABRO DAS SONDAGENS

Durante duas semanas assistiram os eleitores a sondagens diárias que se revelaram um fracasso total. Querendo explicar ao pormenor as tendências, os inquiridos foram adaptando as suas respostas aos comentários diários das televisões criando a ilusão de um grande empate. Afinal eleitores (os auscultados nas sondagens)  e comentadores entraram numa roda de conversa só terminada com os resultado no final da noite.

A DERROTA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

O perdedor da noite é o Presidente da República que se precipitou ao dissolver o Parlamento não dando espaço de negociação aos partidos que sustentavam o Governo e atrapalhando os partidos de Direita que se precipitaram em disputas internas, fatais para a mobilização eleitoral para que foram convocados. No caso do PSD, imiscuiu-se mesmo na luta interna ao acolher em Belém o adversário interno de Rui Rio.

Marcelo Rebelo de Sousa jogou o trunfo da balança e ficou agora alojado no “cumprimento dos deveres constitucionais”, livrando-se António Costa das suas inconveniências. E confirma-se que o mandato de Costa é mais longo que o de Marcelo ao contrário do que este vaticinou e que seria de 2023. Marcelo fica também sem a intriga da “sucessão” no PS. Este é assunto apenas para o Primeiro-Ministro.

Marcelo tudo fez para evitar a vitória de Rui Rio e de nada lhe servirá o “consolo” de o ter conseguido. O deserto dos próximos quatro anos que será percorrido pelo PSD será ultrapassado sem ele se é que o PSD se pretende renovar e preparar para os novos combates – legislativas daqui a quatro anos e presidenciais.

E ao preparar as presidenciais, encontrará, agora na reserva, Rui Rio que poderá ser o candidato da direita, nessa altura unida, na conquista da presidência da República.


Cartoons de Henricartoon.com