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À ESPERA
casa das artes
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A água e as mudanças…foram tempos …eram tempos

Freamunde foi um manancial de água que escorria e esbordava nos campos, em fontes (as nossas bicas) como a da Praca. Podemos citar a Jóia (,…nascente do rio Ferreira), Além, Cortinhal (ou Curtinhal?), pedaços de fios a brilhar na paisagem e a água, a que vinha do Coração de Jesus que tornavam…..a agricultura  próspera e favorável para os nossos ascendentes.

 Foram tempos…eram tempos em que a natureza se prodigalizava em dádivas que alimentavam famílias de grande prole e caía nos bancos da Praça…(que viria a chamar-se praça 1º de maio),  entre eles o chamado “banco de má língua”.

As fontes ou bicas, bem como as mercearias eram locais de diálogo, de encontros, de vida grupal saudável, do bom dia que acaricia.

E a mudança levou a água. Claro que, por cá inversamente ao que seria de aguardar, de dois riachos, fez-se quase um “rio”, aquele que nos delicia em tempos de mormaço e nos convida a apresentar o local quase paradisíaco aos nossos visitantes.

Mas há cada vez menos água. Freamunde é Portugal e Portugal está ameaçado por ser terreno de falta de água dentro de anos, já se verificando isso em algumas zonas mais a sul.

Há por aí ainda repuxos de jardins, espelhos de água e afins para embelezar e refrescar os ambientes. Lindo – eu sei. Mas o povo diz que  ”a beleza não se põe, na mesa” e é urgente retroceder nos hábitos, nos gostos, nas vias mais apetentes.

A água é um bem. E que bem! Para o respeitar e preservar é urgente uma mudança, no comportamento humano. Esbanjar água é malbaratar o futuro. Porque, repetindo ainda Camões “o tempo acaba o ano, o mês e a hora…”

Texto de autor Dona Rosalina Oliveira