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casa das artes
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Hora de tocar a unir e reunir

Começo este meu artigo agradecendo à “Rádio Freamunde” o convite a mim endereçado para a escrita das minhas opiniões politico-sociais. É para mim um gosto e uma honra escrever para um órgão de comunicação social do meu concelho e em especial da cidade de Freamunde, cidade que me é muito querida pelo facto de ter um contacto próximo já há alguns anos, seja pela ligação de trabalho da minha mãe, seja pela minha ligação à quase bi-centenária Banda da Associação Musical de Freamunde que muito me orgulha.

Para começar, e situando os nossos leitores, o PSD é, atualmente, detentor de apenas 98 câmaras municipais e de um número pequeno de juntas de freguesia. É importante relembrar também que nos municípios maiores de Lisboa e Porto o PSD conta apenas com dois e um vereadores respetivamente.

Não gosto nem tenho particular afeto em “numeralizar” e fazer estatísticas sobre tudo, pelo contrário, sei que cada caso é um caso e cada autarquia é ganha ou perdida pelos votos das pessoas, votos esses que são da posse de pessoas, pessoas essas que têm opiniões e usam o seu voto da forma que desejam.

Qualquer das formas é importante relembrar a situação do meu partido. São números preocupantes pois a história sempre nos revelou que pouca implantação autárquica laranja revela-se prejudicial para a democracia e para o desenvolvimento geral dos municípios.

Na minha perspetiva, o partido tem uma boa oportunidade para se unir e para apoiar a estratégia do Dr. Rui Rio. O PSD é um partido que é plural na sua natureza devido ao facto de albergar muitas famílias ideológicas, o que é excecional, mas também acarreta problemas de egos. É, portanto, uma altura fulcral para Rui Rio colaborar e chamar os críticos e os críticos colaborarem com Rui Rio. Só assim se verá a cor laranja no mapa de Portugal.

Um PSD fraco contribui para um Portugal igualmente fraco e com uma democracia fraca. E sim, o PSD só voltará ao seu habitat natural, que é a governação, se tiver uma forte implantação autárquica.

Por outro lado, e saindo do campo dos interesses partidários, entro num tema bem mais importante, os interesses dos municípios e das suas gentes. Faz bem e é saudável aos municípios terem uma governação moderada e responsável como são as sociais democratas. Mais socialismo nas autarquias significa estagnação económica, compadrio, vacinações indevidas e uma tribalização política que se reflete, por exemplo, nos discursos e nas abordagens à população.

A real prova disso mesmo é o teor e a abordagem para com a população nas redes sociais nomeadamente no facebook, algo que envergonha qualquer um. Diga-se que se não fosse o próprio facebook, a máquina socialista iria deparar-se com sérias dificuldades na propagação do populismo já apanágio dos mesmos. Em suma, é imperativa uma aposta social-democrata no nosso país e, acima de tudo, no nosso concelho.

Se assim for, há a garantia de que as prioridades serão bem definidas e o concelho não fica ao abandono, bem como os seus locais de eleição, lembrando-me, por exemplo, do abandono atroz em que se encontra a nossa Citânia de Sanfins, património exorbitantemente histórico. É hora de unir para se ganhar.

Texto: Miguel Moreira