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Freamunde em 1245 – memória histórica

A Feira à Moda Antiga tem agora a sua primeira edição e começou ontem à noite. As ruas da cidade respiraram o ambiente de festa que se esperava num ambiente de festa tranquila e de muito convívio comunitário.

Até domingo acontecerão vários eventos desta Feira à Moda Antiga que vem mostrar e lembrar aos freamundenses as suas raízes históricas e sociais. Partindo de provas documentais que aqui apresentamos,  descobrimos que Freamunde é um pólo dinamizador nas vertentes sociais, económicas e culturais com grande impacto regional.

O espírito associativo vem de longe, tendo sido as confrarias da paróquia de São Salvador de Freamunde pioneiras em iniciativas de coesão social prestando serviços religiosos mas também de auxílio a doentes e pobres.

De realçar a importância da Confraria de Santo António, privilegiada em 1629 com uma Bula Papal, concedendo indulgências aos seus irmãos, e, em Outubro de 1719, dotada de foral concedido por D. João V para promover uma feira aos dias 13, em Freamunde, coisa que só existia em Paredes.

Esta concessão real transformou Freamunde num pólo de desenvolvimento comercial importante, no então concelho de Aguiar de Sousa.

Memória mais antiga

Em 1258, Freamunde tinha 45 casais e dez lugares – como se pode ler em História de Freamunde, editada pela mesma paróquia no seu site.

São citados entre outros os lugares de Leytalis (com 3 casais), Outario (com outros tantos), Pozzoo (com 5), Outario de Madões (com 3), Madões (com 8), Outeiro Cachopadre (com 3), Madões e Buzacos (com 3), Berto (com 4), e Sisto (com 3 casais).

Perdera-se já a anterior toponímia germânica. Os nomes são tratados em latim bárbaro. Restou apenas uma global da Vila de Freamundi. A freguesia estava na Honra dos Soverosas. A Igreja era sufragânea do Mosteiro de Ferreira.

A presença do Couto de Ferreira em conjunto com a Honra dos Soverosa na freguesia cria estatuto curioso do Couto e “Honra” como dirá de Freamunde o Pe. Carvalho da Costa. É que também Sobrosa estava eclesiasticamente ligada ao Mosteiro de Ferreira.

Esta união manteve-se até pouco depois de 1836, tendo o concelho passado então definitivamente para Paços. Foi entretanto pertença do Marquês de Vila Real, tinha justiças próprias e Pelourinho com cadeia, donde restam memorias na Casa da Cadeia no Lugar do Bairro (Sobrosa).

Em 1758, a pedido de Bispo do Porto, D. Frei António Taborda, o Pe. Lucas Gomes Ferreira, por então Reitor de Freamunde, informava que a freguesia pertencia à Comarca de auvidoria e correição de Vila Real, e que eram donatários da Freguesia, os Senhores Infantes do Reino. Que a freguesia tinha ao tempo, 190 vizinhos e ao todo quinhentos e noventa pessoas maiores. Informa que Freguesia estava situada em uma planície que vulgarmente se chamava Ferreira.

Que pertenceu à vila e Honra de Sobrosa da mesma comarca e Correição de Vila Real. Que a paróquia se situava no meio da freguesia e dela constavam os lugares de Freamunde, (com 57 vizinhos). Igreja (com três), Leigal (com oito), Lama (com Cinco), Visto Além (com 27 vizinhos). Santo António (12), Gandarela (14), Pessoa (11), Outeiro(19), Madões (12), Cachopadre (8) Buçacos (3), Pinheiro (3), Miraldo (7), Bouça (seis vizinhos).

Informa que o orago é S. Salvador que se venerava uma Igreja duma só nave, com três altares, sendo o altar-mor da Confraria do Santíssimo Sacramento, o colateral da direita de Nossa Senhora das Neves com irmandade, e o da esquerda com a Confraria e irmandade de Santo André e Almas.

 

 

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