As eleições de 2 de junho foram um acontecimento histórico para o clube e ficaram marcadas pela alegria vivida e expressa pelos sócios no momento do anúncio dos resultados de uma disputa a duas listas com os candidatos disponíveis para darem o peito às balas e sem medo perante as dificuldades que esperam nos tempos mais próximos.
Quatro horas de votação serena, com a fiscalização dos candidatos no decorrer do acto eleitoral, sempre capaz de dirimir as dificuldades que apareceram e todas resolvidas dado que todos os intervenientes ali estiveram num acto de serviço ao clube e porque apostados em garantir o futuro do SCF – a única coisa que interessa.
As dificuldades do SCF têm décadas de memória. E precisamos de lembrar que há quatro anos, num ambiente de desânimo e manifesta pouca adesão dos sócios, numa assembleia em que a direcção não conseguia esclarecer os sócios quanto à real situação financeira e onde se previa “o fim do clube”, o sócio Hernâni Cardoso pediu a palavra e aos berros – é assim que ele gosta de falar – disse: “Eu vim para uma assembleia para resolver o problema do clube e afinal vim para um velório”! E abandonou os trabalhos.
Regressou dias depois apresentando uma lista aos corpos sociais. Começou o seu calvário que durou quatro anos e terminou no dia 2 de Junho.
Nas organizações há momentos assim: De carregada dificuldade, onde toda a gente assobia para o lado; e de relativa paz que permite planear a acção e garantir o progresso. Para as duas situações, são precisos generais. Para a primeira um general especialista em guerra, para a segunda situação um general em tempos de paz.
Generais em Freamunde
Seja qual for o tipo de liderança em vigor, sabem os que dão a cara pelas organizações que a crítica é muito fácil e sobe de tom na proporção directa da ajuda que não dão. São ditas as palavras de protesto e são caladas as palavras de carinho e de apoio – tão necessárias a cada dia para quem carrega nas costas a responsabilidade de garantir a continuidade do clube com 90 anos.
Ouvi milhares de vezes que o General Hernâni era um homem sózinho. Acusação injusta e falsa que mais uma vez esconde o que é evidente: o respeito que todos os colaboradores da sua equipa merecem e que ao lado dele trabalharam e muito – com dinheiro e tempo – e mantiveram o clube de pé, disputando a subida em três anos e garantindo a manutenção na quarta época.
A direcção que agora vai sair é credora do nosso agradecimento e merece que aqui fique registado uma saudação de louvor a todos aqueles que com o Hernâni Cardoso trabalharam. São homens e mulheres de carne e osso, têm no seu coração o azul do céu e merecem cantar as futuras vitórias que vão chegar.
Conheci Rui Vingança no processo eleitoral. E gostei! Tem as características necessárias a um general em tempo de paz – não contestação dos sócios – e conhecimentos experimentados na gestão de pessoas e grupos. É acompanhado de uma equipa motivada e disponível para enfrentar a tempestade que se mantém. Devemos estar gratos quando renovamos os órgãos sociais; como se costuma dizer com “sangue novo”
Esta mudança operada com estas eleições permite assim a mobilização dos sócios que vai acontecer. Este é o primeiro passo que vai permitir ao nosso SCF iniciar o caminho necessário para chegar onde os sócios querem que chegue. Todos juntos, conseguimos.
Arnaldo Meireles