Caiu o pano e esgotaram-se as palmas para o nosso querido Nelson que repousou hoje algumas horas no palco onde brilhou durante décadas, ali nas instalações dos Socorros Mútuos onde o GTF actua regularmente. Depois na capela de São Francisco despediu-se de Freamunde e Freamunde dele.
De madrugada o céu deu-nos uma tempestade imensa que iluminou a noite. Era o céu a festejar a sua chegada, com palmas, daquelas que Nelson arrancou durante toda a vida, no teatro e fora dele.
Deixa uma memória de gratidão em quem o conheceu e uma dívida da terra para com ele sempre atrasada a homenagear os seus melhores, em tempo oportuno.
Ao saber da notícia, fiquei em silêncio para me lembrar dos momentos partilhados que são muitos. Refiro dois apenas. Na semana passada entrei pela primeira vez no Clube Recreativo Freamundense, aceitando o convite que me foi feito. Paguei as quotas do ano e entrei na sala principal onde estava a Nelson que me deu as boas vinda num abraço mútuo.
Verifico também que, em todos os nossos encontros, nunca nos cumprimentamos de mão. Quem estivesse sentado sempre se levantava para o abraço da ordem. Foi sempre assim, até nos jogos do nosso Freamunde onde ele sempre chegava atrasado e se sentava ao meu lado. Um abraço no início e outro no fim, quando descíamos as escadas da bancada depois do jogo.
O agradecimento da Rádio Freamunde
O carinho de Nelson pela Rádio Freamunde foi constante e deu-nos força e ânimo nos nossos primeiros passos, sobretudo em Fevereiro de 2020 quando gravou connosco o texto “Deus Criou Freamunde”. Ele sabia que tínhamos reservado para ele outros caminhos que havemos de percorrer de outra maneira.
Mas fica na nossa memória o entusiasmo que connosco partilhou pela nossa existência e o ânimo que sempre nos deu na promoção de “Freamunde em todo o Mundo”.
Ele esteve presente. Vamos honrar a sua memória.
Arnaldo Meireles