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… E a guerra da inflação?

A guerra na Ucrânia desenvolve-se e apareceu numa tendência de subida da inflação nos USA e na Comunidade Europeia. Hoje na Alemanha está em 7,5 e na vizinha Espanha já acima de 9. Isto quer dizer que a subida de preços para o consumidor reflecte uma frágil confiança dos investidores nos mercados de capitais e que esta quebra afecta e abala a capacidade industrial refém da escassez de produtos essenciais.

Também assinala a primeira crise da globalização que aumentando o âmbito do comércio livre – favorecendo sobretudo a Chima e os USA – vê agora as expectativas que considerava seguras afinal como sendo muito frágeis. O mundo está a mudar como vemos nas televisões e países como a Alemanha começam a preparar os eleitores para uma experiência que os mais novos poderão não tolerar.

Como explicar neste país, líder e motor da economia europeia, a necessidade de todos começarem a poupar no conusmo de gáz – com efeitos práticos no conforto das casas e na capacidade de produção das empresas?

Se os eleitores mais velhos da Alemanha conhecem a expressão racionamento, os mais novos não a vão tolerar pois já nasceram na época da abundância e dos horrores e consequências da guerra só tomam (tomaram) conhecimento nas aulas de história.:

Vejam este gráfico publicado pelo Economist hoje!

Compare a percepção dos mais novos com a dos mais velhos na aprovação/reprovação do que está a acontecer na Ucrânia. O que concluir daqui?

Quem vai pagar o aumento dos preços?

O BCE continua a segurar o preço do dinheiro e os aumentos da EURIBOR embora em escalada desde Novembro de 2001, vão suceder-se num aperto considerável que será visível nos próximos dias, com consequências a sentir nos empréstimos bancários. Neste momento muitos investidores/devedores bancários estudam já o regresso à negociação de taxas fixas, sobretudo aplicadas nos créditos à habitação.

Como lembramos em 2 e 23 de Fevereiro, os juros vão subir e não conhecemos o âmbito da escalada. Pelo que todo o cuidado será pouco, sobretudo para quem tem família e empresas.

Como o avisamos? Ora veja:

Nós avisamos – juros a subir!

Robert Holzmann, governador do banco central da Áustria e membro do Banco Central Europeu (BCE), abriu a porta a que a autoridade monetária europeia avance com a primeira subida de juros na região no verão, mesmo antes de serem concluídos os programas de compra de dívida.  – informa hoje o Jornal de Negócios em texto de Patrícia Abreu.


NOTÍCIA DA RÁDIO FREAMUNDE EDITADA A 2 DE FEVEREIRO

Taxas de Juro dos empréstimos sobem até final do ano

Com a inflação a subir nos Estados Unidos e na Europa o aumento da taxa da juro irá crescer a partir de agora embora o BCE tenha decidido hoje manter o preço do dinheiro. Tudo indica que até dezembro a taxa cresça 0,25%. Começa a ser altura para preparar a contenção do crédito e iniciar um longo período de amortização, para quem puder.

A reunião do Banco Central Europeu (BCE) esta quinta-feira provocou um sell-off nas obrigações europeias, com os analistas de mercado a acreditarem que o regulador vai acabar mesmo por ter que subir as taxas de juro este ano, de forma a conter a inflação.

“A preocupação dos membros do conselho do BCE com os números da inflação é unânime”, assumiu Christine Lagarde. O Banco Central Europeu manteve o rumo da política inalterado, mas a presidente avisa que as próximas semanas serão “críticas” para reavaliar as medidas na reunião de março.

Em consequência, as yelds da zona euro registaram um agravamento acentuado, liderado pela Itália, onde as taxas de juros a dez anos avançaram 19,3 pontos base, para os 1,619%.

Na Alemanha, referência para o bloco, a subida foi de 10,2 pontos base – a mais alta desde 2020 – para uma taxa de 0,138%, que não era vista de 2015.

Na Península Ibérica, também houve agravamento dos juros, com variações semelhantes em Portugal e em Espanha. Por cá, os juros avançaram 14,8 pontos base para 0,854%. A dívida a dez anos de Madrid escalou 14,5 pontos base para 0,927%.

INGLATERRA SOBE JUROS DUAS VEZES EM TRÊS MESES

Banco da Inglaterra elevou as taxas de juros pela segunda vez em três meses nesta quinta-feira, colocando o Reino Unido muito à frente do resto da Europa e dos Estados Unidos na tentativa de controlar a inflação que está pressionando consumidores e empresas.

O comité de política monetária do banco votou por 5 a 4 para aumentar sua taxa básica de 0,25% para 0,5%, com os membros dissidentes defendendo um aumento maior. Também votou por unanimidade para começar a reduzir as participações do banco em dívida do governo do Reino Unido e títulos corporativos, que havia construído para fortalecer a economia desde a crise financeira global há mais de uma década.

A chefe do Banco Central Europeu disse que a inflação recorde pode durar “mais do que o esperado” e parece abrir a porta para um aumento da taxa de juros este ano.

Questionada duas vezes por jornalistas na quinta-feira, Christine Lagarde se recusou a repetir comentários anteriores de que um aumento da taxa era “muito improvável” este ano. Ela disse que as autoridades prestarão muita atenção aos números e revisarão sua postura de inflação no próximo mês.

Ao mesmo tempo, ela disse que o banco manterá seu cronograma de retirada do estímulo económico usado para amortecer o impacto da pandemia de COVID-19 , o que deixaria apenas um pouco de espaço para um aumento neste ano. Qualquer aumento teria que seguir o fim das compras de títulos, agora prevista para outubro.

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